Texto sobre estados de cons.

Dúvidas relacionadas com estados de conservação de moedas
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mario_numis
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#11 Mensagem por mario_numis » domingo mai 06, 2007 10:35 pm

Sem querer confundir, apenas para se poder fundamentar melhor as opiniões, vou passar integralmente e conforme o original, os graus de classificação do ???????????? e que tenho seguido para classificar as minhas moedas.

FDC - Flor de Cunho: Moeda absolutamente impecável, sem apresentar o mais pequeno vestígio de manchas, mossas ou qualquer desgaste.
SOB - Soberba: Moeda que nunca circulou, mantendo o brilho ou o baço provocados pela cunhagem. Pode apresentar ligeiras marcas de abrasão por ter estado em contacto com outras moedas durante o fabrico ou transporte.
BELA: Moeda que aparenta não ter circulado. Ligeiros sinais de desgaste nos pontos mais altos do relevo da gravura, alguma oxidação ou pátina uniforme.
MBC - Muito Bem Conservada: Moeda pouco circulada. Superficíes mais elevadas da gravura com sinais de desgaste. Pode apresentar pequenas mossas no rebordo.
BC - Bem Conservada: Moeda circulada. Relevo da gravura com consideráveis sinais de desgaste, mas com todos os detalhes bem visiveis, incluíndo a legenda e data. Pode apresentar mossas ou riscos.
REG - Regular: Moeda com bastante desgaste no desenho, legendas e data, apresentando porém visíveis as características principais de classificação.
MC - Mal Conservada: Moeda muitíssimo gasta, corroída, legenda e data obliteradas o que as torna quase ilegíveis, sem que, contudo, haja dúvidas na sua classificação.



Desde já, ao autor do tópico doliveirarod, que desculpe a minha "invasão" e fica ao critério dos moderadores manter ou não este texto. Não faço questão!
Uma outra nota, a titulo de esclarecimento, não faço referência à obra de onde foi retirado o texto, porque não pedi autorização ao editor conforme é referido.
Ainda vou preso por este abuso :biggthumpup: :beafro: mas, a bem da numismática!


Cumprimentos
Mário Santos

nippodenso
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Re: Texto sobre estados de cons.

#12 Mensagem por nippodenso » domingo ago 10, 2008 5:34 pm

lol bem complicado

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Augusto Mouta
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Re: Texto sobre estados de cons.

#13 Mensagem por Augusto Mouta » sexta ago 22, 2008 1:50 am

Os textos de introdução deste tema são muito instrutivos.

Permito-me acrescentar que a conservação não é tudo numa moeda, e que as condições de produção têm uma parte muito importante no "grading" de qualquer moeda, mas é geralmente ignorada quando se faz uma apreciação. Pessoalmente, gosto de tentar ser rigoroso e analisar esse aspecto.
Há que reduzir a parte do subjectivo, mas tal é no limite impossível. Veja-se a controvérsia profunda que atinge o mercado norte-americano a este respeito, e que tende a tornar-se mais aguda com o passar do tempo. Estamos ainda muito longe de ser tão minuciosos quanto eles... Mas isso deve-se em parte ao facto de o rigor compensar financeiramente. Ou deveria dizer que é a especiosidade, o aspecto mais espectacular, que compensa? Não há dúvida que a oferta comercial de certificações e o encapsulamento das moedas certificadas é um negócio tremendo.

Mas adiante: Há um site magnífico relativo a moedas romanas que tem uma secção muito importante sobre o "grading" de moedas antigas:
http://dougsmith.ancients.info/
Não percam! O site é tão bom que é oferecido sob a forma de CD a quem comprar a magnífica obra de Victor Failmezger "Roman Bronze Coins: From Paganism to Christianity 294-364 A.D.", apreciação deste livro em:
http://ansmagazine.com/winter03/bronze.html

Existe ainda um livro da autoria de Scott Travers "How to Grade US Coins", oferecido gratuitamente online no site
http://www.coingrading.com/
que constitui uma lição fabulosa, magistral, acerca do assunto, com base nas moedas dos EUA. Também não percam este!

Por outro lado, sem intenção de fazer piada, não esquecer que após o grupo de trabalho ter reunido em 1962, já se foi à Lua e voltou várias vezes e hoje existem muito mais graus de conservação, e muito mais detalhados, do que aqueles mencionados na mensagem do Laulo, nomeadamente os seguintes:

The complete, official grading system
GRADE / GRADE / ABBREVIATION DESCRIPTION
Poor / PO-1 / Identifiable date and type
Fair / FR-2 / Mostly worn, though some detail is visible
About Good / AG-3 / Worn rims but most lettering is readable though worn
Good / G-4 / Slightly worn rims, flat detail, peripheral lettering nearly full
Good / G-6 / Rims complete with flat detail, peripheral lettering full
Very Good / VG-8 / Design worn with slight detail
Very Good / VG-10 / Design worn with slight detail, slightly clearer
Fine / F-12 / Some deeply recessed areas with detail, all lettering sharp
Fine / F-15 / Slightly more detail in the recessed areas, all lettering sharp
Very Fine / VF-20 / Some definition of detail, all lettering full and sharp
Very Fine / VF-25 / Slightly more definition in the detail and lettering
Very Fine / VF-30 / Almost complete detail with flat areas
Very Fine / VF-35 / Detail is complete but worn with high points flat
Extra Fine / EF-40 / Detail is complete with most high points slightly flat
Extra Fine / EF-45 / Detail is complete with some high points flat
Almost Uncirculated / AU-50 / Full detail with friction over most of the surface, slight flatness on high points
Almost Uncirculated / AU-53 / Full detail with friction over 1/2 or more of surface, very slight flatness on high points
Almost Uncirculated / AU-55 / Full detail with friction on less than 1/z surface, mainly on high points
Almost Uncirculated / AU-58 / Full detail with only slight friction on the high points
Mint/Proof State / MS/PR-60 / No wear. May have many heavy marks/hairlines, strike may not be full
Mint/Proof State / MS/PR-61 / No wear. Multiple heavy marks/hairlines, strike may not be full
Mint/Proof State / MS/PR-62 / No wear. Slightly less marks/hairlines, strike may not be full
Mint/Proof State / MS/PR-63 / Moderate number/size marks/hairlines, strike may not be full
Mint/Proof State / MS/PR-64 / Few marks/hairlines or a couple of severe ones, strike should be average or above
Mint/Proof State / MS/PR-65 / Minor marks/hairlines though none in focal areas, above average strike
Mint/Proof State / MS/PR-66 / Few minor marks/hairlines not in focal areas, good strike
Mint/Proof State / MS/PR-67 / Virtually as struck with minor imperfections, very well struck
Mint/Proof State / MS/PR-68 / Virtually as struck with slight imperfections, slightest weakness of strike allowed
Mint/Proof State / MS/PR-69 / Virtually as struck with minuscule imperfections, near full strike necessary
Mint/Proof State / MS/PR-70 / As struck, with full strike

Este sistema foi criada pelo Dr. William H. Sheldon com base numa escala numérica de 70 pontos, suponho que em 1986, tendo sido aprovada pela ANA (American Numismatic Association).
AM

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doliveirarod
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#14 Mensagem por doliveirarod » sábado ago 23, 2008 12:39 am

Ótima intervenção Augusto!

O problema que vejo nessas tabelas americanas é que acho que o estado de conservação é praticamente impossível de ser tão matemáticamente calculado nesses termos, visto a enormidade de variantes que ele envolve: Riscos, mossas, limpezas, danos diversos, corrosão, tudo isso aplicado em maior ou menor grau. Podemos por exemplo, ter uma moeda Soberba com uma pequena mossa, ou com uma pequena limpeza, ou uma leve intervenção, ou tudo isso em diferentes graus, ou uma gama quase que infinita de variantes e combinações. Como combinar isso tudo e estabelecer um grau perfeitamente? Daí que acaba naquela velha história da subjetividade.

Prefiro a tabela mais simples, e gosto de aplicar os sinais + e -, acho que eles servem bastante nessas indicações.
:biggthumpup:
http://www.megaleiloes.com/leiloes.php? ... liveirarod ML - http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_14426169
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Augusto Mouta
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Re: Texto sobre estados de cons.

#15 Mensagem por Augusto Mouta » sábado ago 23, 2008 1:35 am

A tabela USA tem por fundamento principal a atribuição de uma valorização comercial das moedas. No entanto, se forem consultadas as edições online do periódico da ANA, The Numismatist, pode verificar-se com facilidade na secção de opiniões jurídicas que uma das principais causas de problemas é precisamente o "grading" e sobretudo a respectiva certificação segundo o modelo USA, ou seja o encerramento de moedas em caixas estanques chamadas correntemente "slabs" por parte de empresas autorizadas a fazer a certificação. Não somente o sistema é obviamente susceptível de interpretações subjectivas, mas também é corrente a existência de sérias divergências. Não é inabitual alguém quebrar um "slab" para obter uma certificação de uma moeda segundo um grau superior, e consegui-la. Os USA têm um meio muito mais comercial, mas consequentemente também muito mais competitivo, em todos os sectores.
Conforme pode ler-se e observar-se nas centenas de magníficas imagens do livro online que recomendei, da autoria de Scott Travers "How to Grade US Coins", a avaliação dos factores de fabrico e desgaste é muito detalhada e feita caso a caso com o maior cuidado. Daí que este aspecto do trabalho de análise seja uma lição para todo o Mundo.
Mas não é obrigatório que o sistema seja seguida em toda a parte, nem em todas as situações: é um sistema que funciona melhor com moedas de fabrico recente, em particular desde inícios do séc. XIX até aos nossos dias. Julgo não ser facilmente aplicável às moedas mais antigas. Daí o interesse do site do Doug Smith, pois fornece, segundo uma base descritiva mais simples mas também rigorosa, as ferramentas para uma análise completa. Não há dúvida que um sistema mais simples é também mais aberto, logo mais universal.
Quando faço uma análise a uma moeda faço também as minhas atribuições segundo a base portuguesa, o que pode ser constatado em algumas opiniões que já emiti neste forum. O problema é que esta lista de critérios é incompleta, pois não tem qualquer ferramenta para avaliar as condições de fabrico, apenas as de conservação, e faz um uso de palavras limitadoras. Os anglo-saxónicos usam expressões mais abertas, e passíveis de uma utilização mais correcta. Dizer Extra Fine é mais útil e abrangente ao fazer uma apreciação do que Muito Bem Conservada, que exclui à partida as condições de fabrico. O que obriga a ser mais detalhado ao fundamentar uma classificação.
Peço desculpa por me ter alongado, mas creio que havia algum interesse nisso.
AM

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#16 Mensagem por MCarvalho » domingo ago 24, 2008 1:19 am

É muito pertinente (como já é habitual) a observação do nosso membro Augusto Mouta.

Cá por Portugal temos utilizado uma tabela muito estática e pouco descritiva que começa a ser cada vez mais questionada por todos. Talvez não seja tarde começarmos a repensar e a refazer a nossa tabela de graus de estados de conservação, penso que lentamente poderíamos começar a apresentar uma alternativa mais rigorosa.
MCarvalho

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Re: Texto sobre estados de cons.

#17 Mensagem por tm1950 » quarta ago 27, 2008 4:41 pm

Este texto de Augusto Mouta é magnífico e volta a levantar a questão do fabrico, para além da conservação de cada moeda.
Compreendo que, na avaliação de uma moeda, é relevante verificar as condições do fabrico. Eu próprio dou importância a isso: cunhos cansados, cunhos partidos, moedas descentradas, etc.
A questão que coloco é: como vamos congregar os dois tipos de informação (condições de fabrico e estado de conservação) na avaliação final de um exemplar?

Nota à margem:
O texto termina com uma frase em que Augusto Mouta se enganou, pois devia ter dito:
“Peço desculpa por não me ter alongado, pois creio que havia algum interesse nisso.” :)
Celso.
Saúde e Fraternidade.
Os meus leilões

TULO
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Re: Texto sobre estados de cons.

#18 Mensagem por TULO » sexta ago 29, 2008 1:35 pm

desculpem fugir do vosso assunto mas tenho uma duvida.
sou novo nesta coisa das moedas e estava a tentar perceber como é que atribuo o estado de conservação ás moedas, portanto a duvida era o seguinte eu qundo classifico uma moeda o maximo que posso classificar lhe é de soberba? ou posso chamar lhe de de flor de cunho (ou esta defenicao nao existe em portugues?)
outra duvida era que eu presisava de um manual para catalogar o valor das minhas moedas mas nao sei onde procurar nem o que escolher.
desde ja agradeco a que me possa elucidar pois comecei a achar bastante confuso!!!
cumprimentoa!!!

oivolf
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Re: Texto sobre estados de cons.

#19 Mensagem por oivolf » sexta ago 29, 2008 4:02 pm

Bem vindo ao Fórum Tulo :biggthumpup:



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tranzyz
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#20 Mensagem por tranzyz » segunda nov 24, 2008 4:02 am

acho impossivel uma tabela perfeita,nem que tivesse 30 estados de conserva;ao
cada vez mais sou a favor do que disse o Pbarbot um dia destes noutro topico
* so haver um estado .... o estado EI.... estado intermedio*
quem quer comprar,olha para a moeda,olha para o pre;o e depois compra ou nao compra
tem mais um risco,tem menos uma mossa,ta mal cunhada,ta meia gasta?
ta interessado compra, se nao esta ,nao compra
dai achar que 3 estados bc/mbc/bela chega perfeitamente para ter uma ideia
tambem gosto dos + e -
apartir dai cada um que avalie por si o pre;o que esta disposto a pagar pela moeda
exemplo..
ha moedas com com cota;oes tipo
bc 100 euros
mbc 500 euros
bela 1000 euros
decerteza que conseguiria colocar 5 ou mais moedas diferentes entre o estado mbc e belo
e no entanto iria as classificar ou como mbc+ ou qbelas
e os pre;os delas iriam variar entre os 500 e 1000 euros
acham possivel fazer uma tabela que consiga abranger tantos estados diferentes com rigor nos valores numismaticos?
eu ate nem sei pk que os catalogos teem pre;os em bc ou mbc para moedas que valem 1 ou 5 euros em belas
nem faz sentido, digo eu

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