Conheço as imagens, esquecendo as do Pedro Batalha Reis em que uma até acho que o achado está mais ou menos documentado, se não estivessem limpas e se me tivesse saído o euromilhões, comprava a 8, 23, 35 e provavelmente a 33, embora nesta última a imagem não permita ver o detalhe decisivo, a 9 e a 35 são a mesma moeda, as duas últimas não me convencem com facilidade

A minha opinião é um pouco diferente. Esta tipologia do "sino-saimão" não é rara, considero-a apenas escassa, é no entanto uma moeda do primeiro rei, umas moeda mítica e que interessa a todos os coleccionadores e não só, o "hipocentro" a partir do qual começa a haver dispersão, encontra-se na zona de Coimbra, creio que nesta zona apareçam com facilidade, dispersando a partir daqui por Portugal, Leão, Castela...
Eu sou da opinião que o peso a não ser que seja completamente disparatado, tem pouco valor para análise. A metrologia está em desuso, existe uma tridimendisionalidade no bolhão muito complexa, peso da peça, permilagem de prata (ou lei), branqueamento, sem contar com as leis teóricas pouco documentadas e nunca interpoladas com grandes certezas, se entrarmos na velha discussão dos divisores, ou seja das "mealhas" circulares, então temos pano para mangas...

Os tempos são outros, desde a invenção e universalização do transístor nos anos 60, o aparecimento de boas moedas tem sido exponencial por razões óbvias, de qualquer forma, vale a pena este pequeno recorte da NVMMVS:
Pedro Batalha Reis em 1952 Escreveu:
1) Dinheiro com cruz e pentalfa (tendo a ladear a cruz: V-T, como protótipo do seguinte):…único
2) Dinheiro, semelhante àquele, de cunho mais correcto, tendo a ladear a cruz: T-V: existem quatro exemplares
3) Dinheiro, com o perfil do Rei, e a marca monetária Co…; embora a tomemos com toda a reserva: único
4) Mealha com a inicial do Rei A sobre uma cruz: único
5) Mealha com a efígie do Rei de face…: existe somente outro exemplar...
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10875.pdfEm relação às invenções modernas de notar, 3 grandes picos, as invenções ao tempo de Amaral Toro e seus amigos, que não enganaram mestre Teixeira de Aragão, mas que continuam por aí, as invenções após este magnífico trabalho do grande Batalha Reis, visando o tipo V-T e finalmente as invenções muito recentes que acompanharam todas as outras já conhecidas.
Tomando em consideração imagem que o Celso mostrou, acho coerente que se estude ao detalhe todas as moedas, mas eu não perdia muito tempo, existem coisas muito mais prioritárias e interessantes como por exemplo a dinastia Filipina...ou para quem gostar de ouro...também é uma boa área para se dissecar com paciência
------------------------------------------------Este será o último tópico em que vou intervir falando de réplicas, o assunto já enjoa certamente, os vendedores de batatas pressionam para não se falar no assunto, sempre o lucro a curto prazo em vez das bases para ganharem mais a longo. Os vendedores de moedas querem aprender mais e mais, aconselham-se, garantem-se, pensam no futuro. Os investidores andam nervosos, a maioria comprou bem, mas há quem tivesse comprado o catálogo completo, espero que consigam devolver tudo. Os coleccionadores sérios estão a aprender tudo o que podem, estão-se a tornar numismatas! Os falsários procuram pistas para saber onde erraram. Os retalhistas de medalhas descobriram que é melhor escoá-las para o estrangeiro. Os numismatas, os wannabe numismatas, etc, andam todos contentes, é um bom assunto para ler e reler velhas obras.
Os alfarrabistas agradecem, a numismática é uma mina, muito livro de moedas se tem vendido em Lisboa.
Tentou-se deixar o essencial no fórum para memória futura. Quem quiser iniciar-se nesta pesquisa, estão aqui todas as bases. Não havia nada sobre este assunto. A herança aqui deixada ao longo de vários tópicos, não será a verdade pura e dura, não expõe um algoritmo nem um método, não ensina truques, nem alerta os falsários acerca de métodos para corrigir os seus erros, não soluciona minimamente o problema, mas deixa um alerta geral e incentiva a uma reflexão muito séria, sempre claro em tom de brincadeira e de amizade.
Existem dois caminhos viáveis para quem gosta de moedas velhinhas, criar capacidades ou adquirir capacidades, seja através de livros, catálogos ou amigos, claro que um pouco de desporto para limpar as ideias é o factor X...
Faz algum tempo que li este trabalho, há dias um amigo relembrou-o, é uma obra fundamental que expõe tudo de forma clara
http://www.tesorillo.com/fakes/es_falso_mi_denario.pdfFecho assim:
Citar:
Cuando hace años, un coleccionista amigo mío -alguien mucho más experimentado que yo concluyó
uno de nuestros debates sobre la falsificación de las monedas antiguas con la extraña frase de
”caveat emptor” no le entendí. Cuando descubrí el significado de estas dos palabras latinas mi asombro
fue aún mayor. “Caveat emptor” expresa que la responsabilidad de una compra recae en el comprador,
quien deberá tomar las medidas oportunas para asegurarse previamente de la calidad de lo adquirido.
Por aquellas mismas fechas, hace de ello unos 7 u 8 años, un profesional numismático de reconocido
prestigio me aconsejó que cuanto menos se hablara del tema, mejor. Me indicó que el fenómeno de las
falsificaciones no era tan preocupante, que todos los verdaderos profesionales daban garantía de
autenticidad sin límite temporal y que los coleccionistas podíamos estar tranquilos (si les comprábamos
a ellos, claro, añado yo).
¿Quién de los dos tenía razón?
Pues en su momento no supe descifrarlo. Hoy, aunque ambas posturas
pueden parecer totalmente opuestas, pienso que en realidad son tremendamente complementarias.
Tan importante es comprar a profesionales que ofrezcan garantías, como intentar adquirir los
suficientes conocimientos para lograr ser autosuficientes.