Um Dinheiro bonito...
- Laulo
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Re: Um Dinheiro bonito...
Amigo Gaspar , idem idem
D. Fernando fez o favor e deu ordem de transformar os seus dinheiros em Mealhas sem os partir ao meio
D. Fernando fez o favor e deu ordem de transformar os seus dinheiros em Mealhas sem os partir ao meio
"Não me envergonho de corrigir os meus erros, nem de mudar as minhas opiniões. Porque não me envergonho de raciocinar e aprender"
Alexandre Herculano
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- reiss
- Reinado D.José
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Re: Um Dinheiro bonito...
Palavras para quê!!!! Por mais que olhe para os meus dinheiros, de D. Sancho I nem velos e os outros não têm este aspecto. Obrigado por nos deixar ver amigo JSalgado. :biggthumpup:
Carpe Diem
Re: Um Dinheiro bonito...
Caro Laulo, de facto Ferraro Vaz e Alberto Gomes falam em mealhas como sendo moeda efectiva, contudo não o demonstram e não havendo provas, não há factos. Os catálogos é a mesma coisa.
No caso das moedas de D. João I é uma realidade diferente (os Reais Pretos são os de cobre, não os de 3 1/2 Libras), pois as moedas são as mesmas, circulavam com o mesmo valor, apenas a liga é diferente, efeitos da inflação apenas, mas facilmente percebido pelo povo.
No caso das ditas mealhas, continua sem explicação a sua proximidade tão grande com os dinheiros. Imagine-se um saco com 1000 dinheiros, poupança de uma vida, depois vinha alguém e dizia que as moedas pesam menos 0,2 g. cada uma, por isso, em vez de 1000, temos apenas metade desse valor, 500...
O lema valores diferentes, moedas diferentes é muito antigo, não vejo porque tenha sido alterado na Idade Média portuguesa.
No caso das moedas de D. João I é uma realidade diferente (os Reais Pretos são os de cobre, não os de 3 1/2 Libras), pois as moedas são as mesmas, circulavam com o mesmo valor, apenas a liga é diferente, efeitos da inflação apenas, mas facilmente percebido pelo povo.
No caso das ditas mealhas, continua sem explicação a sua proximidade tão grande com os dinheiros. Imagine-se um saco com 1000 dinheiros, poupança de uma vida, depois vinha alguém e dizia que as moedas pesam menos 0,2 g. cada uma, por isso, em vez de 1000, temos apenas metade desse valor, 500...
O lema valores diferentes, moedas diferentes é muito antigo, não vejo porque tenha sido alterado na Idade Média portuguesa.
MCarvalho
- vma
- Reinado D.José
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Re: Um Dinheiro bonito...
O amigo Mário disse:
E está tudo dito. Para se considerar mealha tinha que ter um desenho diferente... ou um diametro diferente (este tinha que ser substancialmente diferente). Senão havia confusão na certa.
Claro que este assunto ainda está em aberto, pois ainda não foram encontrados documentos coevos que expliquem cabalmente esta questão. E os nossos cronistas não eram numismatas...
O lema valores diferentes, moedas diferentes é muito antigo, não vejo porque tenha sido alterado na Idade Média portuguesa.
E está tudo dito. Para se considerar mealha tinha que ter um desenho diferente... ou um diametro diferente (este tinha que ser substancialmente diferente). Senão havia confusão na certa.
Claro que este assunto ainda está em aberto, pois ainda não foram encontrados documentos coevos que expliquem cabalmente esta questão. E os nossos cronistas não eram numismatas...
Vitor Almeida
-
- Reinado D.Afonso Henriques
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Re: Um Dinheiro bonito...
Se todas as moedas desta tipologia tivessem o peso de 0,5/0,6g até se podia concordar que neste reinado só se tivessem cunhado Mealhas.
Segundo Mário Gomes Marques, na “História da Moeda Medieval Portuguesa”, se analisarmos os pesos médios dos Dinheiros dos primeiros reinados verificámos que não têm o dobro dos encontrados para os dos tipos considerados como Mealhas, onde teríamos que encontrar metade do peso.
O que aparece nos diversos forais na alusão a mealhas poderão ser as oriundas dos reinos vizinhos de Castela e Leão, em que a emissão dos Dineros (0,9g a 1,0g) era habitualmente acompanhada das suas metades, os Óbulos ou Meajas (0,45g a 0,55g).
Estas Meajas foram cunhados com abundância durante os seguintes reinados:
Afonso VI (1073-1109), Afonso I de Aragão (1109-1126), Afonso VII (1126-1157), Fernando II (1157-1188), Afonso IX (1188-1230), Sancho III (1157-1158), Afonso VIII (1158-1214), Fernando III (1217-1252), Afonso X (1252-1284) e por fim, Fernando IV (1295-1312).
Esta abundância de moeda de baixo valor tinha circulação em toda a Península Ibérica, suficiente para satisfazer parte das necessidades da população, com o recurso da tesoura ou da dentada para partir algum dinheiro a meio, na falta daquela.
:biggthumpup:
Segundo Mário Gomes Marques, na “História da Moeda Medieval Portuguesa”, se analisarmos os pesos médios dos Dinheiros dos primeiros reinados verificámos que não têm o dobro dos encontrados para os dos tipos considerados como Mealhas, onde teríamos que encontrar metade do peso.
O que aparece nos diversos forais na alusão a mealhas poderão ser as oriundas dos reinos vizinhos de Castela e Leão, em que a emissão dos Dineros (0,9g a 1,0g) era habitualmente acompanhada das suas metades, os Óbulos ou Meajas (0,45g a 0,55g).
Estas Meajas foram cunhados com abundância durante os seguintes reinados:
Afonso VI (1073-1109), Afonso I de Aragão (1109-1126), Afonso VII (1126-1157), Fernando II (1157-1188), Afonso IX (1188-1230), Sancho III (1157-1158), Afonso VIII (1158-1214), Fernando III (1217-1252), Afonso X (1252-1284) e por fim, Fernando IV (1295-1312).
Esta abundância de moeda de baixo valor tinha circulação em toda a Península Ibérica, suficiente para satisfazer parte das necessidades da população, com o recurso da tesoura ou da dentada para partir algum dinheiro a meio, na falta daquela.
:biggthumpup:
José Matos
- Luis Cozeto
- Reinado D.Afonso II
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- Registado: quinta mar 10, 2022 3:56 pm
Re: Um Dinheiro bonito...
Excelente exemplar , digno de museu.