KOS Escreveu:
Uma análise ao texto pode ser resumida na seguinte forma:
- O que fazem? Devolvem o valor à numismática.
- Em que regime o fazem? Total confidencialidade.
- Qual o alvo? A colecção pessoal, ou o restauro de moedas, para que estas possam ir a leilão, repondo o seu valor e lucrando no processo.
- Repondo valor? É bastante discutível que a restauração acrescente valor, até porque há o risco da perda das características legais que a tornam moeda.
Não restam dúvidas, lendo os textos que cita, que esta companhia de restauros convida à fraude: venda de moedas restauradas como se fossem genuínas. Fica-lhes muito mal e não tinham que o fazer, a actividade de restauro pode ter propósitos legítimos.
Dito isto, a lei da falsificação de moeda não se aplica a restauros em moedas históricas. Não há aqui regulação, e ainda bem que não há. O nosso país já sofre de excesso de regulamentos que não são, nem podem ser, aplicados.
Actualmente os objectos históricos genuínos são mais valorizados, nas compras e vendas, que os restaurados, nem sempre foi assim e é possível que volte a não ser. Os museus também se inclinaram no sentido de conservar objectos não restaurados, mas depende das circunstâncias. Ainda não há muitos anos os restauros eram a regra. As galerias de arte estão cheias de quadros "falsos", muitas vezes tão retocados que do artista original só resta a idéia e uma pequena parte das pinceçadas. A venda recente de um "da Vinci" completamente repintado, por um valor que estabeleceu novo recrode, é disso um exemplo.
carlos47 Escreveu:Partindo do principio que que só se justificaria se a moeda tivesse algum valor significativo,que garantia tem que ela não voltaria em pior estado ,com a agravante de ficar possivelmente adulterada
Sem contar que depois quem decide se houve melhoramento, ou agravamento?
Como sabemos, os estados de conservação já são muito subjectivos, aqui complica
Pois, é essa mesma a questão. Eu até acredito que hajam clientes. Que considerem uma moeda "mais bonita" melhor.E isso é com o dono da moeda, depende de se uma pessoa vê a moeda-como-valor, a moeda-como-arte, a moeda-como-história... Só peço que não alterem peças únicas.
Na minha opinião, que vale pouco, o único problema aqui é a possível fraude de venda de gato por lebre tornada possível por este tipo de serviço. O serviço de restauro de bens sempre existiu. Pede-se é alguns escrúpulos a quem o pratica. Mas até foi boa esta falta de escúpulos ser descarada porque serviu de aviso: cuidado com as moedas retocadas.
Não tenho muito de que me queixar, já fui enganado uma vez mas até consegui devolver a moeda. E estive um bocado indeciso se o faria ou a conservava, até estava bonita e achar outra sem retorques ia demorar. E é engraçado que aquela peça, uma 12 macutas que tinha estado montada e teve pontos do rebordo restaurados, não ofendia a minha sensibilidade de moeda-como-arte nem de moeda-como-história. Estava bonita e era genuína. Devolvi-a porque sei que nestes meios de coleccionadores a moeda-como-valor é muito desvalizada por restauros e tinha pago demais por aquela. Se não tivesse um orçamento limitado para gerir e tentar aproveitar bem, provavelmente teria ficado na minha colecção. O problema não foi aquele restauro em si mesmo, não me parecia mau, foi apenas a atitude que eu aprendi a ter em relação a restauros.
Acho que essa atitude actual dos coleccionadores é um bocado discutível: por vezes somos influenciados por consideraçoes de valor financeiro das moedas, mais do que por considerações de valor artístico ou histórico, para rejeitar peças restauradas.
