Para comparação adicionei as fotos do Tostão(A6) e a do I½Real(J4)

Em 1580 Portugal vivia sob uma grande crise sucessória.
Em 30 de Janeiro de 1580 morria o Cardeal D. Henrique sem descendentes.
Uma junta Governativa ficou a governar o país enquanto não se encontrava um novo rei. Esta Junta pretendia entregar o trono a Filipe II de Espanha.
D. Filipe II de Espanha, casado com D. Isabel de Portugal, neta de D. João I apresentava-se como pretendente ao trono
D. António, Prior do Crato, neto de D. Manuel I era o outro pretendente; a 19 de Junho foi aclamado rei em Setúbal.
A Junta Governativa foge para Ayamonte e, a 17 de Julho de 1580, em Castro Marim, declara Filipe II de Espanha rei de Portugal.
D. António foge para os Açores e é Rei de Portugal até 1583, data em que os Açores caem finalmente sob o domínio de Filipe II de Espanha.
D. António foi o XVII Rei de Portugal. Filipe II não o reconheceu e mandou destruir toda a moeda emitida em seu nome.
D. João IV, em homenagem a D. António I, também não reconheceu os Filipes como reis de Portugal e, para enaltecer o facto, cunhou moeda de cobre em que se declara XVIII Rei de Portugal.
Não sei como fez as contas. Ou se enganou na contagem ou não considerou D. Henrique I como Rei.
Voltemos agora à moeda em estudo: O I½Real em cobre mandado cunhar por D. Afonso VI.
Além desta moeda apenas se conhecem mais duas ou três:
1. A que ilustra o catálogo.
2. A do Museu da Casa da Moeda (Em muito mau estado).
3. Uma terceira de que tenho fotografias mas cuja origem desconheço.
A moeda deve ser um ensaio usando o cunho do anverso do Tostão das primeiras emissões de D. Afonso VI e o cunho do reverso do Real e Meio de D. João IV., como se vê nas fotos anexas.
Apesar de todas estarem muito gastas é notório que a legenda do anverso termina em VIII.