Luís Neves Escreveu:
Caro Celso, pergunto caso o Iúri não estivesse presente, o Pedro (euoutravez) mudaria a sua opinião em relação à veracidade da moeda?.
Caro Luís
Não sei se o Pedro mudaria de opinião, como pode imaginar. Talvez nem ele saiba quando mudaria de opinião.
No meu caso pessoal, sou um tanto teimoso, mas tenho uma grande abertura de espírito para me deixar convencer por argumentos que consigam contrariar os meus.
Neste caso particular não tenho argumentos para me pronunciar sobre a genuinidade da moeda, nem das moedas batidas em geral. Daí que tenho vindo a alterar a minha colecção: vendendo as batidas e comprando repetidas de cunhagem mecânica.
Luís Neves Escreveu:
Caro Celso, pergunto se acredita que algum utilizador que tivesse lido o post do Pedro, ia querer comprar a moeda? Algum frequentador do fórum ia licitar a moeda se o Iúri não desfizesse a teoria do Pedro? Isso é queimar uma moeda, é levantarem suspeitas PRECIPITADAS sobre uma moeda.
Caro Luís
Possivelmente, só alguém com bons conhecimentos sobre este tipo de moedas, ou alguém que conhecesse o pedigree da peça.
Em qualquer dos casos, o universo dos potenciais licitadores do Fórum naquele leilão é muito reduzido, creio eu. Assim sendo, o resultado final do leilão não se teria alterado muito.
Luís Neves Escreveu:
Já se passou com uma moeda minha, uma avaliação mal feita pelo Iúri e foi-me devolvida uma moeda de mais de umas milenas euros. O cliente devolveu-a, queimou-me a moeda, eu devolvi o dinheiro ao cliente. Depois em conversa com o cliente, fiquei a perceber que tinha sido outro vendedor (nem vou dizer o nome para não cair mesmo o Carmo e a Trindade no Fórum, porque se começo a abrir mails e posts de Facebook, vou ser pior que o Francisco Marques do FêCêPê) a levantar as suspeitas da minha e de outras moedas, e que levou pelo menos a minha para o Iúri ver.
Fiquei fulo mas fulo, passado mesmo, porque fui eu a tirar a moeda da terra e isso não interessava para nada, a opinião precipitada de alguém e o interesse de outro vendedor, é que contavam. Eu vi que o Iúri tinha feito porcaria da grossa, dei a moeda ao Iúri para ele a analisar com calma, e finalmente passado umas boas semanas ele admitiu que errou, eu trouxe a moeda a público e todos a elogiaram.
Agora pergunto, se eu não tivesse o descernimento de dar a minha moeda ao Iúri para mudar a sua opinião, quando eu a mete-se à venda na Internet o que é que o Iúri ia fazer? Ia abrir um tópico a dizer que eu estava a vender uma falsa quando já me tinha dito que era falsa?
Caro Celso, percebe agora o que é queimar uma moeda?
A leitura que faço do episódio da venda gorada é ligeiramente diferente do apresentado. Penso que a moeda ficou “queimada” para esse comprador e apenas para ele. Por arrastamento, o vendedor poderá também ficar “queimado” para o mesmo comprador.
No entanto, existe todo um universo de potenciais interessados na moeda para os quais a dita não está nada “queimada”. Haverá certamente mercado para ela. A Numisma pode ser uma boa saída, não se paga nada, não se arrisca nada, fica-se apenas com o bem empatado durante algum tempo. Até pode atingir um valor superior. Desde que a leiloeira aceite o preço base.
Por isso é que tenho dificuldade em entender bem estes conceitos de “queimada”, “cruxificada” e não sei que mais.
Também é verdade que eu dou muita importância ao contacto físico com as moedas. As imagens não passam disso mesmo, apenas imagens, moedas virtuais. Para uma avaliação completa é fundamental ter acesso à peça. Era assim nas velharias e antiguidades quando me dedicava a isso, é assim nas notas e as moedas não ficam de fora.
Já agora, deixo ainda uma pergunta. Como vamos designar uma moeda falsa que foi colocada à venda, por um qualquer vendedor, ou leiloeira? “Abençoada”? “Glorificada”? “Reconvertida”? Como será?
No FNN foi colocada em leilão um exemplar de 5 centavos 1922. Tinha tudo para ser uma falsificação recente, avisei o vendedor e ele retirou o exemplar. Passado algum tempo o mesmo exemplar apareceu à venda no Mega, colocado por outro vendedor. Informei o Mega e o vendedor que o exemplar tinha fortes indícios de ser falsa. Nada aconteceu. O exemplar lá continuou à venda, durante largos meses, com interrupções pelo meio. Eu estive sempre a seguir o exemplar e não dei conta de que alguém o tivesse licitado. Não sei o que lhe aconteceu. Não sei se virou “abençoada”, ou se tem algum um prego espetado.
Obrigado pela intervenção caro Celso.
Quanto ao 1922 espero que lhe tenham espetado um prego.