Alves Reis e a sua emissão de notas
- MBarreleiro
- Reinado D.Dinis
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Infelizmente foi pena o tempo não dar para tudo, pelo que as apresentações foram as sacrificadas!
Para os próximos encontros penso que seja um dos aspectos a corrigir, pois já em Lisboa aconteceu exactamente o mesmo!
Como já tive oportunidade e previlégio de o dizer, acho este trabalho fantástico e interessante!
Para os próximos encontros penso que seja um dos aspectos a corrigir, pois já em Lisboa aconteceu exactamente o mesmo!
Como já tive oportunidade e previlégio de o dizer, acho este trabalho fantástico e interessante!
Colecciono: Moedas; Cápsulas de espumante e Pins de Heráldica
Catálogo de Chapas de Espumante: http://chapasespumante.barreleiro.pt/
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- EUROESCUDO
- Reinado D.Afonso Henriques
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De acordo com o mencionado... um trabalho Fantástico!
É estes temas e abordagens que me fascinam, sinto-me eu e a literatura dois amigos inseparáveis, é por isto que juntei a estas Obras, aprender e compreender aqui no Fórum de Numismática.
Parabéns a este tema interessante e ao Fórum no melhor.
(Obs: Apesar de não ter lido ainda tudo, já faz parte do tempo que vou dispensar.)
É estes temas e abordagens que me fascinam, sinto-me eu e a literatura dois amigos inseparáveis, é por isto que juntei a estas Obras, aprender e compreender aqui no Fórum de Numismática.
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(Obs: Apesar de não ter lido ainda tudo, já faz parte do tempo que vou dispensar.)
C/ Melhores cumprimentos:
M E N D E S
€uroe$cudo
Consulta Rápida do Fórum ---- Literatura On-line [PDF]
M E N D E S
€uroe$cudo
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- Reinado D.Afonso Henriques
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Re: Alves Reis e a sua emissão de notas
Foi de facto uma pena, não ter havido tempo durante o Encontro, para o amigo Celso, com o seu saber e entusiasmo nos brindar com uma bela dissertação deste tema tão apaixonante.
Fica no entanto aqui o registo de um trabalho primoroso, de um esquema de palestra, a que o amigo Celso, dará sem sem qualquer dúvida, uma resposta esclarecedora às questões que lhe possam ser levantadas.
Da minha parte, quero para já, expressar-lhe uma vez mais o meu apreço, pelos seus contributos, à Numismática em geral, e à Notafilia em particular.
Obrigado.
Fica no entanto aqui o registo de um trabalho primoroso, de um esquema de palestra, a que o amigo Celso, dará sem sem qualquer dúvida, uma resposta esclarecedora às questões que lhe possam ser levantadas.
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Obrigado.
Horácio Ferreira
La cuna del hombre la mecen con cuentos
DIGA NÃO ÀS FALSIFICAÇÕES! DO NOT COOPERATE WITH JUNK TRADERS!
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Re: Alves Reis e a sua emissão de notas
Parabéns, uma pesquisa excepcional
- A.Teixeira
- Reinado D.Sancho II
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- tm1950
- Reinado D.Afonso Henriques
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À medida que os meus conhecimentos sobre este caso iam aumentando fui-me questionando sobre a seguinte questão:
Como foi possível os ingleses da Waterlow & Sons terem caído nesta esparrela, na armadilha montada por Alves Reis e seus parceiros?
Apenas nos dias que se seguiram à descoberta da duplicação de notas foi equacionada a possibilidade da firma Waterlow & Sons estar conluiada com Alves Reis. Creio que não passou de uma hipótese académica e a idoneidade e seriedade da firma e do seu Presidente não foi questionada nos tribunais.
Pela bibliografia consultada tenho a seguinte versão para tentar perceber, ou justificar, a atitude desleixada, condescendente, lasciva e pouco competente da empresa.
A Waterlow & Sons, dois anos antes destes acontecimentos, tinha produzido a estampagem das famosas “Ritas”, encomendadas pelo Alto-Comissário em Angola (1921-1923), General Norton de Matos.
Foi a Waterlow & Sons quem imprimiu as cédulas de 10 e 20 centavos - AN13 e AN15 (Mário de Almeida 10 e 11).
A Waterlow & Sons tinha também recentemente conseguido vários contratos com o Banco de Portugal que englobaram a estampagem das notas de 2$50 Chapa 2; 5$00 Chapa 4; 10$00 Chapa 3; 20$00 Chapa 4; 50$00 Chapa 3; 100$00 Chapa 3 (não emitida) e de 500$00 Chapa2. Até aqui havia sido a firma Bradbury, Wilkinson & Co Ltd a preferida pelo Banco de Portugal.
Sir William Waterlow pretendia agradar a Portugal e ultrapassar a sua rival Bradbury na estampagem de notas para os emissores portugueses. Sabia igualmente que a situação monetária/fiduciária em Angola não era boa, pois já a conhecia aquando da estampagem das “Ritas”, não estranhando pois que houvesse necessidade de uma emissão de notas de valor facial elevado, para circular em Angola.
Foi, talvez, por estas razões que Sir William recebeu pessoalmente Marang, no seu gabinete, em 04Dez1924.
Marang não o desiludiu:
- apresenta-se com o seu cartão de visita onde consta ser Cônsul-Geral da Pérsia em Haia;
- entrega uma carta de recomendação duma firma estampadora holandesa bem conhecida dos ingleses;
- entrega ainda uma carta de António Bandeira, irmão de José e Embaixador de Portugal em Haia, onde é referido o contrato de que é portador, reforçando o caracter oficial da emissão;
- por último, o contrato entre Alves Reis e o Governo de Angola que, embora muito confuso e incompreensível, fala de uma emissão de notas e tem tudo para ser verdadeiro com as assinaturas reconhecidas e o notário autenticado nos consulados inglês, francês e alemão.
Foi, possivelmente, neste contexto que Marang viu as portas da Waterlow, não abertas, mas escancaradas para a estampagem das notas.
Como foi possível os ingleses da Waterlow & Sons terem caído nesta esparrela, na armadilha montada por Alves Reis e seus parceiros?
Apenas nos dias que se seguiram à descoberta da duplicação de notas foi equacionada a possibilidade da firma Waterlow & Sons estar conluiada com Alves Reis. Creio que não passou de uma hipótese académica e a idoneidade e seriedade da firma e do seu Presidente não foi questionada nos tribunais.
Pela bibliografia consultada tenho a seguinte versão para tentar perceber, ou justificar, a atitude desleixada, condescendente, lasciva e pouco competente da empresa.
A Waterlow & Sons, dois anos antes destes acontecimentos, tinha produzido a estampagem das famosas “Ritas”, encomendadas pelo Alto-Comissário em Angola (1921-1923), General Norton de Matos.
Foi a Waterlow & Sons quem imprimiu as cédulas de 10 e 20 centavos - AN13 e AN15 (Mário de Almeida 10 e 11).
A Waterlow & Sons tinha também recentemente conseguido vários contratos com o Banco de Portugal que englobaram a estampagem das notas de 2$50 Chapa 2; 5$00 Chapa 4; 10$00 Chapa 3; 20$00 Chapa 4; 50$00 Chapa 3; 100$00 Chapa 3 (não emitida) e de 500$00 Chapa2. Até aqui havia sido a firma Bradbury, Wilkinson & Co Ltd a preferida pelo Banco de Portugal.
Sir William Waterlow pretendia agradar a Portugal e ultrapassar a sua rival Bradbury na estampagem de notas para os emissores portugueses. Sabia igualmente que a situação monetária/fiduciária em Angola não era boa, pois já a conhecia aquando da estampagem das “Ritas”, não estranhando pois que houvesse necessidade de uma emissão de notas de valor facial elevado, para circular em Angola.
Foi, talvez, por estas razões que Sir William recebeu pessoalmente Marang, no seu gabinete, em 04Dez1924.
Marang não o desiludiu:
- apresenta-se com o seu cartão de visita onde consta ser Cônsul-Geral da Pérsia em Haia;
- entrega uma carta de recomendação duma firma estampadora holandesa bem conhecida dos ingleses;
- entrega ainda uma carta de António Bandeira, irmão de José e Embaixador de Portugal em Haia, onde é referido o contrato de que é portador, reforçando o caracter oficial da emissão;
- por último, o contrato entre Alves Reis e o Governo de Angola que, embora muito confuso e incompreensível, fala de uma emissão de notas e tem tudo para ser verdadeiro com as assinaturas reconhecidas e o notário autenticado nos consulados inglês, francês e alemão.
Foi, possivelmente, neste contexto que Marang viu as portas da Waterlow, não abertas, mas escancaradas para a estampagem das notas.
- tm1950
- Reinado D.Afonso Henriques
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- Localização: S. João do Estoril - Lisboa
É mais um aspecto curioso desta história.
O texto refere-se a notas de 10 centavos, pois trata-se das cédulas de 10 centavos que foram impressas pela Watwerlow & Sons. É bem possível que não fossem apenas cédulas de 10, mas também de 20 centavos - AN 13 e AN 15.
Em relação às acções do "Banco Angola e Metrópole", nunca vi imagens de nenhuma nem sequer de títulos provisórios.
- tm1950
- Reinado D.Afonso Henriques
- Mensagens: 10374
- Registado: sexta nov 05, 2004 10:15 pm
- Localização: S. João do Estoril - Lisboa
Uma questão que surge sempre que se fala deste caso é saber quanto poderia valer a emissão de notas de Alves Reis.
Em 1995/6, Manuel Mira Godinho, na altura Professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, avançou com a seguinte avaliação.
Mira Godinho considerou a totalidade da emissão 580.000 notas, embora tenham sido postas em circulação pouco mais de 200.000 notas.
Em 1995/6, Manuel Mira Godinho, na altura Professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, avançou com a seguinte avaliação.
Mira Godinho considerou a totalidade da emissão 580.000 notas, embora tenham sido postas em circulação pouco mais de 200.000 notas.
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- Reinado D.Afonso Henriques
- Mensagens: 3279
- Registado: domingo jun 22, 2008 2:31 pm
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Re: Alves Reis e a sua emissão de notas
Muito curiosa esta extrapolação, para os valores da altura em que a comparação foi feita!
Mais uma vez, amigo Celso, muito obrigado pela pesquisa que vai fazendo deste episódio tão apaixonante!
Mais uma vez, amigo Celso, muito obrigado pela pesquisa que vai fazendo deste episódio tão apaixonante!
Horácio Ferreira
La cuna del hombre la mecen con cuentos
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