Bizantina cerceada, mas bonita

[palves]

Era para despachar esta pequenina, mas não tenho coragem. aquela pátina azulada está linda!

[silvio2]

É uma moeda muito bonita, sim senhor!
Parabéns.

[fernanrei]

caro Paulo, fez muito bem em manter essa moeda porque apresenta um aspeto muito apelativo e não deixa de ser uma moeda com relativo interesse.

[José Gomes]

Olá, boa noite.

Lindíssima. Se fosse minha, também não a despacharia.

Gomes.

[Marcelo Leal]

Bela pátina!

Parabéns!

[josix]

Até é interessante pensar o que terá feito uma moeda que nem era de metal nobre ser retalhada na antiguidade. Desespero por trocos?

[fernanrei]

Até é interessante pensar o que terá feito uma moeda que nem era de metal nobre ser retalhada na antiguidade. Desespero por trocos?

Há períodos da história em que o bronze foi muito procurado, tendo atingido valores elevados o suficiente para estimular o cerceio. Já na nossa história recente, mais propriamente a República por altura da 1ª guerra mundial, usou-se o ferro para cunhar moeda de 2 centavos porque todos os outros metais não ferrosos eram escassos e caros, o que justificaria quase de certeza o desvio das moedas para outros fins.

[MCarvalho]

Até é interessante pensar o que terá feito uma moeda que nem era de metal nobre ser retalhada na antiguidade. Desespero por trocos?

Não se trata de cerceio (aliás, nos metais fiduciários não faz sentido o cerceio, pois a partir do momento em que o metal vale mais do que o valor nominal, toda a moeda é fundida).
São ajustes de peso, muito comuns na amoedação bizantina a partir do século VII (que continua, como neste exemplo, por aí fora).
Por vezes, as moedas eram recunhadas sobre peças velhas maiores, que eram cortadas para ajustar o peso (e o campo) às recunhagens.


(Grierson, Philip, 1982, Byzantine Coins, p. 105)

[fernanrei]

No meu ponto de vista, independentemente do objectivo dos cortes de pequenos pedaços dos bordos das moedas, será sempre cerceio. Cercear não é mais que reduzir o tamanho de um objecto cortando ou raspando as extremidades. Agora as razões para que o cerceio seja feito institucionalmente, não vejo outro motivo que não o económico. Se estamos a reduzir o peso, é porque ele é um factor determinante do valor da moeda e o metal do qual ela é composta estará com certeza a sofrer alterações significativas na sua cotação. O amigo MCarvalho publicou, e bem, parte de uma obra que aborda esse tema de forma bastante clara. Se o peso das moedas não for reduzido, mesmo nas mais antigas, acabamos por ter uma quantidade enorme de pessoas a amealhar não pelo valor facial mas pelo intrínseco da moeda, e isso cria sérios problemas económicos aos governantes que vêm o metal desaparecer rapidamente da circulação. O que quis exprimir no meu anterior post, nem foi a questão isolada desta moeda, mas sim o facto de que nem só as ligas nobres justificam este tipo de medidas.

[gil costa]

Donde veio a moeda?


O mais interessante é a pátina azul - que presumo estar bem inspecionada e dada por verdadeira e estável... (demasiado brilhante para não levantar dúvidas)
Se assim for eu passava a dizer que é uma moeda de defunto, daí a pátina azul... (moeda na boca para pagar a portagem a Caronte...) :-)


https://pt.wikipedia.org/wiki/Caronte