Isto é vergonhoso!

[numisiuris]

Se um museu abre, arranja técnicos competentes. Se adquire peças com o dinheiro dos contribuintes, arranja especialistas para as avalizar. Se isto é tudo uma trafulhice, então já não há esperança. Sobretudo porque, integrando certas moedas os acervos de museus públicos, são tidas como exemplares genuínos para quem as estude. Estava à procura de reais de dez reais brancos e não os encontrei. Dei com isto. Assim só de rajada. Ouros esquisitos. Restauros transformadores. Alguém que cave mais. Fica o apontamento do "estado das coisas".


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[euoutravez]

Os dois reais já tínhamos falado deles e as de D. Afonso Henriques também já tinha visto, mas não tinha dado conta que o caso era tão grave!! O museu do Banco de Portugal adquiriu bastantes peças recentemente, se calhar por causa da abertura do museu e o critério foi pouco ou nenhum. Só dizer que algumas dessas peças foram levadas à praça pela Numisma. Concluindo, falta conhecimento a quem compra e por conseguinte este compradores institucionais socorrem-se das grandes leiloeiras para as suas compras e acabam por ficar reféns da lixarada que estas levam à praça.

A parte boa disto é que qualquer dos dois museus, tal como a colecção BES abriram o seu espólio aos escrutínio e o tempo acabará por limpar todo este lixo. Pena mesmo é o dinheiro dos contribuintes!! No futuro estas peças acabarão por figurar como falsificações de época numa sala especial :):)

[numisiuris]

Os dois reais já tínhamos falado deles e as de D. Afonso Henriques também já tinha visto, mas não tinha dado conta que o caso era tão grave!! O museu do Banco de Portugal adquiriu bastantes peças recentemente, se calhar por causa da abertura do museu e o critério foi pouco ou nenhum. Só dizer que algumas dessas peças foram levadas à praça pela Numisma. Concluindo, falta conhecimento a quem compra e por conseguinte este compradores institucionais socorrem-se das grandes leiloeiras para as suas compras e acabam por ficar reféns da lixarada que estas levam à praça.

A parte boa disto é que qualquer dos dois museus, tal como a colecção BES abriram o seu espólio aos escrutínio e o tempo acabará por limpar todo este lixo. Pena mesmo é o dinheiro dos contribuintes!! No futuro estas peças acabarão por figurar como falsificações de época numa sala especial :):)

Sim, muitas destas moedas foste tu até que primeiramente identificaste como falsificadas. Só que agora aparece um híbrido do meu Sancho de espadas com o da ex-colecção Matos (com 5 besantes, mas aspecto de fundição) e já com um reverso novo (não retrógrado). Aparece um Sancho de Estrelas da nova geração, que pelo aspecto tudo indica ser da mesma proveniência. E aparece um Pedro Regente flagrante. Até um iniciante fugiria do aspecto daquela moeda. Em alguns báculos (ou melhor, talvez cruzes de âncora), se não se for ao difícil estilo dos elementos (por detrás dos desgastes) fica a "sensação" de moeda verdadeira... E a numisma não as caçou, tudo bem (ou tudo mal, mas que se lixe). Agora este Pedro Regente???? Mas quem é que avaliza uma moeda destas??? Quem é que é responsável pela compra de moedas e quem é o especialista por trás??

Houve ouros que me pareceram esquisitos. Um cruzado de Afonso V, muito suspeito, por exemplo. Só que não estou familiarizado especificamente com estas cunhagens, logo não falo delas. Podem ser restauros. Um tostão Filipino completamente assassinado. Mas esse já o mestre VMA o tinha rastreado no fórum verde.

Espero que essa sala especial seja criada. A denominação "falsificação" de época encaixa! Mas é tudo muito complexo. Se está em museus públicos instala-se a dúvida... Olha os CO de Afonso Henriques. Está documentada a abordagem do Paulo Lemos, de Batalha Reis... Mas perduram... Comprarem lixo deste e exporem-no junto com peças autênticas pode ser mesmo muito perigoso.

[numisiuris]

Bem, à parte o Pedro ninguém se pronuncia porque ninguém quer chatices. Mas continuando a saga, mais duas moedas do museu do dinheiro:

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A primeira apareceu há um ou dois anos no mercado, classificada como inédita. É susceptível de criar lapsos na história monetária. Caso aquilo seja um P, estas moedas são do Porto, tal como vêm identificadas no AG. Só que Gomes Marques considera-as de Lisboa. E não há documentação, apenas motivos estilísticos (Gomes Marques) ou papéis tirados à sorte de um saco preto (AG). O "P" não tem muito a ver com as letras monetárias usadas no Porto. Parece que fecha com um crescente de dinheiro. A roseta que o encima parece-me atípica, em confronto com a roseta esquerda e as que vejo em exemplares semelhantes. Aponto para uma viciação.

A segunda moeda, pela mera observação da indefinição do traço da marquilha, quase parece uma falsificação espanhola. Mas até é capaz de ser uma moeda original, completamente escalavrada por um restauro. Do estilo original pouco ou nada restará.

E a partir desta segunda observação e de algumas pesquisas, dou com este site:
http://www.archeofactu.pt/frontoffice/d ... d=1#tipo42

E com alguns exemplos de "conservação" efectuados para o museu do dinheiro no ano de 2016, exibidos orgulhosamente numa galeria de imagens. Numas houve intervenção alteradora (ainda que mínima) de certos elementos. Nas outras só se destruíram lindas patines que o tempo demorou a formar. Ora vejam lá o antes e o depois:



Por um lado adquirem-se exemplares falsos e viciados. Por outro, "conserva-se" a buril. Por outro ainda, destroem-se patines sob a égide da "conservação" (há uma cerazinha que o museu Britânico inventou no século XX, alguém ouviu falar???).

Quem raio manda no museu do dinheiro? Não percebem estas pessoas que uma colecção de moedas é uma coleccção de história e de arte, não um simples showroom de ourivesaria? Daqui por uns anos, todos os estilos são aceitáveis... Ou então temos todos que andar de volta de catálogos a preto e branco para encontrar estilos correctos... Os museus servem para quê??? Estou chateado à brava!

[euoutravez]

LOLOLOLOL!!!!!!!!!!
À falta de melhor deu-me para rir!! Anda a malta a inventar maneiras de recuperar as patines e anda o idiota do conservador do museu a incentivar técnicos incompetentes a dar cabo delas!! Se não fosse tão triste dava risota até amanhã... É o que dá a malta de restauro não ter uma cadeira de numismática!!

Em relacao aos restauros a buril não estive a ver com atencao, mas não dei com eles. Podes dizer quais foram, para ver o valor do estrago? É que as patines voltam com o tempo mas essas foram destruídas para a vida

Em relacao ao atípico do Porto, também não me convence...

[numisiuris]

As fotos, aqui, não ficam com a mesma definição. Talvez dê para ver com ampliação, mas se não der vê no site. A ser efeito das fotos, ainda assim não o é concerteza no vintém de D. Henrique. Mas repara, no morabitino, na forma da protecção do nariz no elmo; na cabeça do cavalo; na forma das letras em geral, muito mais rectilíneas. Depois no engenhoso. Letras, o mesmo que no morabitino; Quadrante superior esquerdo dos escudetes completamente liso na segunda foto e linha da bordadura do escudo reconstruída nessa zona, completamente recta.

No atípico só há uma coisa que me deixa confuso. Aqueles restinhos de verdete, que parecem cristalizados. Mas também já se imita de tudo, por isso...

Agora, entrando no teu registo, que tristezas não pagam dívidas.

Será apanágio do pós-modernismo uma certa vinculação ao absurdo. A estética pós-moderna é fruto do paradoxo. Pelo que mais não serão as incursões "conservativas" do museu do dinheiro que um mero exercício plástico de catarse coleccionista. Ao entrar nas magníficas salas do museu do dinheiro, cada coleccionador poderá apreciar o choque de se ver confrontado com a sua própria noção de conservação, permitindo-se que, de forma inversa, o coleccionador se reconstrua.

E nisto temos um exemplo pedagógico acerca das soberbas que por aí andam. Com mais eno ou menos marpal, le monde va de soit même. O mais tramado de tudo é que, pela configuração do exercício descrito acima, 90% dos coleccionadores prefeririam o escudo do cinco de Outubro da segunda foto. Agora o pessoal já nem diz, "está soberba". Agora a moda é "está nova"!

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[Caetobriga]

Andam verdadeiros "artistas", quase alquimistas a tentar encontrar a pátine perfeita depois de uma limpeza e no final as moedas querem-se brilhantes. Vou já buscar o Duraglit para passar nas minhas moedas todas.
Se ficaste chocado com isto não te aconselho nem o Castelo de S. Jorge nem Conímbriga porque existem lá cobres vermelhos no primeiro caso e no segundo até parecem fio elétrico descarnado.

[numisiuris]

Então e no museu de arqueologia de montemor o novo? Luxo!!! :p até têm o diâmetro das moedas e tudo... aí tenho uma história curiosa. Contactei-os por causa de pesos de moedas de João I. Ofereceram-se para me facultar o acesso às moedas, conquanto levasse um balança. Estou quase para fazer uma doação ao museu. 15 euritos e passam a poder pesar as moedas!

[euoutravez]

Manda lá o link dos ouros que não consigo dar com eles!! :s

[numisiuris]

http://www.archeofactu.pt/frontoffice/d ... =395&cid=1

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Em conservação seleccionas numismática e depois tem para aí uns 15 separadores, cada um com moedas diferentes. Vê os que na descrição dizem "museu do dinheiro".

Ps: acho que já sei quem é o avaliador e perito do banco de Portugal e já entendo porque ninguém diz nada... está tudo tramado...