Reais de três libras e meia "da rosa"

[numisiuris]

A tipologia que se supunha ser "da rosa" acusou teores de prata de 12%. A lei referida é a de 3 dinheiros (25%). Não creio que sejam os que pensávamos e também não atingimos leis de três dinheiros em real nenhum de Lisboa...

[numisiuris]

Continuando a raciocinar em voz alta, nos reais de três e meia de Lisboa encontrámos exactamente as leis de 1 dinheiro (8%ag), 1,5 dinheiros (12%ag) e 2 dinheiros (16%ag). De três dinheiros, nada... Será que os da rosa foram mesmo todos drenados e derretidos e desapareceram? O argumento de Gomes Marques, na toada de não fazer sentido a drenagem, dada a aparente liga marginal de muitos reais de três e meia, acaba por se desvanecer face à constatação de que não serão de três e meia, mas pretos. Simultaneamente, não será de crer que, a haver continuidade das emissões, após 1407, não se tenham batido moedas na lei de 8 grãos... Para mim começa a ficar cada vez mais claro. de 1398 a 1407, leis de 3, 2, 1,5 e 1 dinheiro. Depois substituição pelo meio real cruzado e interregno no lavramento. E em 1415 arrancariam novamente como pretos... Ideias? Objecções?

[kikinha]

Olá
"Será que os da rosa foram mesmo todos drenados e derretidos e desapareceram?"

É uma hipótese muito rebuscada e que não fará muito sentido. Hipótese alternativa: será que aqueles que conhecemos como reais da rosa tinham mesmo na lei de talha 25% de prata?

Cumprimentos

[numisiuris]

A metrologia para já nega-o, porque embora não tenhamos encontrado a lei de 3 dinheiros, encontrámos a de 2. Para já, arriscaria uma sistematização. Estou já inclinado para confirmar que aquilo que vinha a defender há muito tempo tem pernas para andar. Ou seja, os reais pretos são os que não têm, nem os sinais ocultos, nem as rosas. Quanto à lei de três dinheiros, não analisámos nenhuma... Mas é a única disposição diferente de sinais que falta analisar. Se isto está altamente encriptado, estamos tramados. A amostra foi curta. Mas nos que pensávamos serem "da rosa" até foi onde tivemos melhor amostra, e deu 12% de prata, com resultados muito consistentes. Deixo a minha proposta para as emissões de Lisboa. Naturalmente sujeita a discussão e a alterações:

pix upload

[paulj]

Senhor Numisiuris

Antes de mais parabéns pelo seu trabalho, aos poucos vamos conseguindo perceber melhor a numária de D. João I;apresento um real de 3,5 libras de Lisboa e seguindo o seu esquema será possível perceber a que lei pertence? obrigado

[RuiFB]

Bonita moedinha, este será da lei de 1,5dinheiros de acordo com os resultados obtidos pelo Iuri na amostragem por XRF.

[numisiuris]

Sim, acho que esse será um daqueles que pertence à lei de 1,5 dinheiros. Os resultados não são "meus" Rui. São "nossos" e são para discutirmos e apresentarmos todos propostas. Eu só vou pondo aqui porque em privado tenho obtido muito pouco feedback... De qualquer modo, assiste-nos aos dois o ónus da comezáina de bróculos para dissipar radioactividade.

[numisiuris]

Os desenhos estão um bocado mal feitos (não tenho jeito para essas coisas), mas acho que dá para perceber a diferença entre os elementos.

[paulj]

Numisiuris e RuiFB

Obrigado pelas vossas respostas, não querendo ser "chato" apresento um novo real 3,5 libras de Lisboa e gostaria de ouvir as vossas opiniões; aparenta ser de lei mais baixa do que aquele que apresentei anteriormente, o L é solto e não parece ter sinais ocultos. Não me parece ser enquadrável em nenhuma série do esquema, será um real preto, embora com arcos duplos?
Aguardo as vossas opiniões, obrigado

[numisiuris]

penso que é um real preto, sim, dos primeiros. Mas essa é a minha proposta. Falta ouvir as demais. Analisámos 5 moedas com essas características, todas deram teores de prata que variavam entre 0,18% e 0,6%... Residuais os teores, parecidos aos de arcos simples.