No célebre capítulo 50 da Crónica de D. João I, Fernão Lopes nunca se refere a fracções. Identifica apenas o real de 10 soldos (e a sua declinação de 9d para 1d); o real de três libras e meia (refere apenas os de 3d) e o real branco. Quanto às ligas, tirando o que diz para o 10 soldos, Fernão Lopes diz apenas que houve inúmeras alterações, mas não refere (nem estava no alcance dele fazê-lo). Quanto a todas as outras moedas joaninas, é omisso, daí ser necessáro fazer uma nova reflexão sobre o seu posicionamento dentro dos sistemas. Para isso, as indicações metrológicas e a reflexão que o Iúri está a fazer é fundamental.
É que não há mais nada, o mais aproximado foi o M. Gomes Marques, que deixou bem claro as suas reservas (por falta de estudos, à época - não muito distante, foi há 20 anos) face a algumas terminologias que continuam a ser utilizadas.
Mesmo em relação às concessões e aos concessionários que identifica, Fernão Lopes não faz referência ao tipo específico de moedas cunhadas por eles.
Os termos "atípico", "escudetes rectos", formas de coroa, "escudos ovais", etc. são todos da numismática contemporânea. Carecem ainda de melhor confirmação.
A própria datação para a Casa de Évora pode estar a ser revista, precisamente pelo cancelamento das concessões, em 1402 , visto, aparentemente, a concessão a Nuno Álvares estar ainda activa em 1399.
Se não estou em erro (

), acho que as únicas outras designações coevas de tipos específicos joaninos é o meio real cruzado, nas Cortes de Évora, 1408, e as referências a marcas monetárias (no caso as rosas) no contexto de alteração das ligas dos 3,5£ até aos próprios pretos, em documentação da chancelaria de D. João e de D. Duarte, mas isso nem é exactamente uma moeda diferente. Mais recentemente, apareceram as referências aos pelados, no já muito citado pergaminho publicado por António Castro Henriques, em 2012.