Meio Real Manuelino - Lisboa 1511
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Meio Real Manuelino - Lisboa 1511
Apresento de novo esta preciosidade, agora com outras observações.
O cobre em boas condições ambientais pode durar vários séculos e este meio real foi um dos poucos que chegou até hoje em óptimas condições.
Duas importantes curiosidades rodeiam este Meio Real:
O erro na legenda do anverso (único nas moedas do reinado de d. Manuel I) e o peso real, abaixo do peso legal, com que foram lançados por volta de 1511, tanto os meios reais como os reais.
Diâmetro: 24mm; Peso: 3,90g; Ref.: AG 06.01
Anverso:
+ I EMANVEL:P:R:P:ET:A:D:GVINEE:
I Manuel I rei de Portugal e Algarve, Senhor da Guiné
Reverso:
+:I:EMANVEL:R:P:ET:A:D:GVINEE:
Manuel I rei de Portugal e Algarve Senhor da Guiné
No anverso repare-se na repetição da inicial P (PRIMVS) a seguir a EMANVEL, já antecedido pelo numeral romano I
( I EMANVEL : P )
Pedro Batalha Reis no II volume da Cartilha da Numismática Portuguesa classifica este tipo com RRRR
A ordem numérica do monarca aparece pela primeira vez nas moedas de D. Afonso V, com a indicação pela letra Q de QVINTI em ALFQ;
D. João II já se serviu das três formas: por extenso SECVNDVS, em romano II e mais raramente com o número arábico 2
Quanto ao problema do peso – por volta de 1511 foram lançadas duas novas moedas de cobre, o real com o valor nominal de 6 ceitis e este meio real com o valor de 3 ceitis. Ambos cunhados em Lisboa (L) e no Porto (P)
O real passou a representar a nova unidade monetária da época, substituindo o Real Branco, extinto no reinado de D. Afonso V.
Estas moedas foram muito mal recebidas na circulação, tendo provocado uma alta generalizada dos preços das mercadorias miúdas. Segundo Damião de Góis «o preço das coisas que valiam um ceitil, ou pouco mais, aumentaram logo para 1 real», isto é seis vezes mais. Segundo Teixeira de Aragão, esse descontentamento tem a ver com o reduzido peso com que esses reais foram lavrados, sendo que os reais e meios reais encontrados estão todos abaixo do peso. «Se os reais contivessem exactamente seis vezes o metal do ceitil, não motivariam tal descontentamento»
O peso legal de 6,00g indicado no catálogo Alberto Gomes para os meios reais do Porto e para Lisboa parece que nunca se cumpriu.
Para confirmar este desvio ao peso padrão, recolhi estes pesos mencionados em alguns livros:
“Moedas Portuguesas na época dos descobrimentos”: exemplar do Porto 4,89g
Numisma Nº 37 – colecção Paulo de Lemos: Lisboa 4,45g
Teixeira de Aragão: 92 grãos para Lisboa (4,60g) e 64 grãos (3,20g) para o Porto
Na Colecção do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro tem para a do Porto 4,20g
Museu Numismático Português (1977): Lisboa 4,55g; Porto 3,22g e 4,89g
O cobre em boas condições ambientais pode durar vários séculos e este meio real foi um dos poucos que chegou até hoje em óptimas condições.
Duas importantes curiosidades rodeiam este Meio Real:
O erro na legenda do anverso (único nas moedas do reinado de d. Manuel I) e o peso real, abaixo do peso legal, com que foram lançados por volta de 1511, tanto os meios reais como os reais.
Diâmetro: 24mm; Peso: 3,90g; Ref.: AG 06.01
Anverso:
+ I EMANVEL:P:R:P:ET:A:D:GVINEE:
I Manuel I rei de Portugal e Algarve, Senhor da Guiné
Reverso:
+:I:EMANVEL:R:P:ET:A:D:GVINEE:
Manuel I rei de Portugal e Algarve Senhor da Guiné
No anverso repare-se na repetição da inicial P (PRIMVS) a seguir a EMANVEL, já antecedido pelo numeral romano I
( I EMANVEL : P )
Pedro Batalha Reis no II volume da Cartilha da Numismática Portuguesa classifica este tipo com RRRR
A ordem numérica do monarca aparece pela primeira vez nas moedas de D. Afonso V, com a indicação pela letra Q de QVINTI em ALFQ;
D. João II já se serviu das três formas: por extenso SECVNDVS, em romano II e mais raramente com o número arábico 2
Quanto ao problema do peso – por volta de 1511 foram lançadas duas novas moedas de cobre, o real com o valor nominal de 6 ceitis e este meio real com o valor de 3 ceitis. Ambos cunhados em Lisboa (L) e no Porto (P)
O real passou a representar a nova unidade monetária da época, substituindo o Real Branco, extinto no reinado de D. Afonso V.
Estas moedas foram muito mal recebidas na circulação, tendo provocado uma alta generalizada dos preços das mercadorias miúdas. Segundo Damião de Góis «o preço das coisas que valiam um ceitil, ou pouco mais, aumentaram logo para 1 real», isto é seis vezes mais. Segundo Teixeira de Aragão, esse descontentamento tem a ver com o reduzido peso com que esses reais foram lavrados, sendo que os reais e meios reais encontrados estão todos abaixo do peso. «Se os reais contivessem exactamente seis vezes o metal do ceitil, não motivariam tal descontentamento»
O peso legal de 6,00g indicado no catálogo Alberto Gomes para os meios reais do Porto e para Lisboa parece que nunca se cumpriu.
Para confirmar este desvio ao peso padrão, recolhi estes pesos mencionados em alguns livros:
“Moedas Portuguesas na época dos descobrimentos”: exemplar do Porto 4,89g
Numisma Nº 37 – colecção Paulo de Lemos: Lisboa 4,45g
Teixeira de Aragão: 92 grãos para Lisboa (4,60g) e 64 grãos (3,20g) para o Porto
Na Colecção do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro tem para a do Porto 4,20g
Museu Numismático Português (1977): Lisboa 4,55g; Porto 3,22g e 4,89g
José Matos
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Palavras para quê ?
Quando não se tem aquilo de que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.(Eça Queiróz)
A sua côr de cobre mais claro, sei que houve moedas que para ficarem um pouco mais claras e para se destinguiram de outras que circularam ,levaram uma paquena percentagem de estanho , já li algures que no tempo de D. Manuel isso aconteceu com os Reais.
Também sei que os reais brancos e pretos, do D. Duarte e Afonso V ,ficaram e foram conhecidos desse modo pela percentagem de estanho que levaram.
Essa moeda para estar nesse estado, esteve sempre entesourada junto com as de ouro e prata nos cofre dos grandes senhores , porque havia muita plebe que nem as chegava a ver.
Quando não se tem aquilo de que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.(Eça Queiróz)
A sua côr de cobre mais claro, sei que houve moedas que para ficarem um pouco mais claras e para se destinguiram de outras que circularam ,levaram uma paquena percentagem de estanho , já li algures que no tempo de D. Manuel isso aconteceu com os Reais.
Também sei que os reais brancos e pretos, do D. Duarte e Afonso V ,ficaram e foram conhecidos desse modo pela percentagem de estanho que levaram.
Essa moeda para estar nesse estado, esteve sempre entesourada junto com as de ouro e prata nos cofre dos grandes senhores , porque havia muita plebe que nem as chegava a ver.