V Reis 1799 defeito do disco?

[silvio2]

(...//...)
... ou será que alguns discos eram fundidos pelo processo de produção em árvore e posteriormente cortados à tesoura, sendo que essa falha no bordo do disco corresponderia ao corte da excrescência da árvore?

É, realmente, uma perspicaz observação e uma boa pergunta ...

[MCarvalho]

Também alinho no MBC.

[paulj]

Obrigado Iúri, interessante a hipótese de produção em árvore, também me tinha lembrado disso ao ver o seguinte post:viewtopic.php?f=64&p=879481#p879481
No entanto inclino-me mais para defeito de determinado lote no ano de 1799, até porque tenho outras de V e de X réis de 1797 e 1799 sem qualquer defeito.
Abraço

[numisiuris]

Talvez seja um lote, sim. Mas repare que são três cunhos distintos de 1799. e que em 1797 também aparece o mesmo defeito em mais 2 cunhos:


Em França, no reinado de Luis XVI (embora num período conturbado), fizeram-se discos pelo processo de fundição em árvore. Tenho lá dois sols com a excrecência para fora e a marca do corte bem evidente. Depois posto quando estiver próximo da moeda. Lembrei-me disso por causa dessa moeda e por a cronologia ser concomitante.

[paulj]

Tem Razão Iúri podem bem ter sido produzidas pelo processo de fundição em árvore; tinha-me esquecido das pratas e pelos vistos também aparece em 1797.
Fui ver as "moedas esquecidas" e encontrei um III réis 1797 com esse defeito bem pronunciado.Aqui fica a fotografia.

[doliveirarod]

Esse III réis teve um pedaço retirado, o dano é bem pequeno e irregular.
As outras moedas me parecem ser o "fim da chapa", a máquina ia cortando os discos para impressão, e no fim, os últimos acabavam saindo meio defeituosos, pois "pegavam" pedacinhos dos espaços dos buracos já feitos na chapa.
Esses discos eram cortados na máquina, não eram fundidos nem cortados a tesourão, seria impossível o tesourão produzir um efeito tão bom (basta ver os COBS como ficavam.)

[numisiuris]

Esse III réis teve um pedaço retirado, o dano é bem pequeno e irregular.
As outras moedas me parecem ser o "fim da chapa", a máquina ia cortando os discos para impressão, e no fim, os últimos acabavam saindo meio defeituosos, pois "pegavam" pedacinhos dos espaços dos buracos já feitos na chapa.
Esses discos eram cortados na máquina, não eram fundidos nem cortados a tesourão, seria impossível o tesourão produzir um efeito tão bom (basta ver os COBS como ficavam.)

As estrias do cruzado de prata, de facto, são típicas da laminação. Essa já me parece uma explicação cabal. Ao cortar os meios sobrantes da chapa, apanhavam zonas já anteriormente cortadas, caso a chapa não fosse exactamente bem centrada. E deveria acontecer isso em todos ou quase todos os lotes. Está explicado!

[paulj]

Esse III réis teve um pedaço retirado, o dano é bem pequeno e irregular.
As outras moedas me parecem ser o "fim da chapa", a máquina ia cortando os discos para impressão, e no fim, os últimos acabavam saindo meio defeituosos, pois "pegavam" pedacinhos dos espaços dos buracos já feitos na chapa.
Esses discos eram cortados na máquina, não eram fundidos nem cortados a tesourão, seria impossível o tesourão produzir um efeito tão bom (basta ver os COBS como ficavam.)

Obrigado pelo seu esclarecimento, faz sentido.

[AdrianoHS]

Olá, Paulj.

Possuo algumas com essa característica, recentemente apresentei uma aqui.
http://www.forum-numismatica.com/viewto ... 2&t=124056
Sendo esta uma colonial e não metropolitana, representante da quebra de padrão de 1799. Definitivamente ocorria algo na produção dessas diversas emissões. Se fim de chapa, sendo o caso, seria a tentativa de aproveitar ao máximo as chapas ou alguma regulagem muito justa no processo.
Pessoalmente não acho que prejudique em nada a moedinha, dá vc até alguma personalidade.
Parabéns pela peça. Muito linda.

[Monge]

Deve ter algo a ver com os métodos de fabrico da época pois já vi várias de D. Maria I a D. João VI com este defeito.
Pessoalmente tenho o V Réis de 1801 (Série PRINCEPS para os Açores)