
-Hyperpyron ( unidade básica de ouro, criada pela reforma de Aleixo I. O nome em grego "yperpyron" significava "purificado pelo fogo". Era uma moeda de boa liga, possuindo 21 "siliquas" ("quilates" de peso) de ouro puro, pesando cerca de 4,5 gramas.)
-Manuel I - Commeno, 1143-1152
-Rev: Imperador com orbe e cetro e manto imperial é abençoado pela mão divina. "- MA/NOV/HL/ÂEC/POT" Monograma "TW", e a direita " POR/FVP/GEN/NH/T"
-Verso: "+ KE RO-HQEI" - Cristo entronado - IC/XC
-Ouro, 4,2 gramas
-Casa: Constantinopla
A moeda é boa, típica "escifulata", concava portanto, cunhada numa chapa de metal finíssima, com bom estilo, estrias típicas e duplicidades de gravação decorrentes do deslizamento do cunho. Tem uma rachadura de pancada e textura correta.
O Imperador tem história...

Manuel I, Commenvs (conhecido como "Megas" - grande - pelos gregos) 1143-1180 - Era o quarto filho de João II, e não iria suceder seu pai no trono. Entretanto, destacou-se devido a seus próprios méritos militares contra os turcos seljucidas, que cada vez mais ameaçavam Constantinopla. Devido a isso, quando da morte de seu pai, foi eleito imperador pelo exército, onde tinha grande popularidade. Assim, mandou prender seu irmão mais velho, Isaac, que ameaçava sua sucessão, e tomou posse. Com o trono garantido solta Isaac e dá a cada morador de Bizâncio 2 moedas de ouro (quem sabe dessas?) e 200 libras de ouro à igreja.
Manuel herdou um trono complicado e altamente ameaçado. Tinha sonhos de recuperar a antiga grandeza bizantina, cada vez mais distante, e teve que lutar muito com seus vizinhos.
No século XII os islâmicos já tinham despojado Constantinopla do Egito, da Síria e da Palestina, e marchavam cada vez mais para oeste, ameaçando as províncias que ainda restavam.
As fronteiras da Cilícia (Armênia) eram frequentemente violadas pelos turcos do Rum (Sultanato do Rum), organizando Manuel uma grande expedição punitiva, que não conseguiu vencer de vez a ameaça turca, mas chegou até a capital do Sultanato, Konya.
Permitiu a passagem pelo território bizantino da segunda cruzada, liderada por Conrado III da Germânia e Luís VII de França, cercando-se de todos os cuidados para que as tropas não saqueassem a cidade, de maneira que o exército bizantino os vigiavam de perto. Conseguiu um tratado de aliança com com o rei alemão contra os normandos.
Em 1156 Reinaldo de Chantillon, rei do Principado da Antióquia, alegando falta de pagamento de seus tributos, invadiu a Ilha de Chipre, então território de Bizâncio, pilhando as cidades e cometendo atrocidades contra a população. Mandou para Constantinopla alguns refens mutilados, para demonstrar desprezo a Manuel I.
Em 1159, Manuel vai à forra, com um grande exército invade a Cilícia, destrona Teodoro III da Armênia, que tinha ajudado Chantyillon, e segue rumo à Antióquia.
Chantillon, vendo-se perdido, veste-se com um saco e uma corda ao pescoço, vai a presença do imperador e humilha-se, pedindo perdão, numa cena deprimente e asquerosa, segundo alguns. Manuel aceita perdoá-lo, garantindo dessa forma a aliança da Antióquia.
Lutou ainda com os normandos da Sicília, derrotando Rogério II e sua temível esquadra, que promovia saques às embarcações bizantinas, recuperando a Ilha de Corfu.
Buscou a restauração entre a Igraja Católica e a Ortodoxa, fechando um acordo com o Papa Adriano VI contra os normandos.
Com os crescentes ataques do Sultanato do Rum (O futuro império Otomano), Manuel I gasta enormes somas com guerras e fortificações das fronteiras, o que gera uma crise econômica. Sofre uma grande derrota em 1176. Talvez essas sejam algumas das razões do acentuado declínio bizantino após sua morte.